O ano era 3035 e a cidade era meticulosamente organizada e os seres andavam em pequenos grupos. Tinham o aspecto humano, mas há muito já tinham perdido o elo que os tornava humanos. A conexão com o seu verdadeiro criador. Seus olhos pareciam de vidro.
Foi quando, então, ela apareceu. Sophia. Estava com um vestido comprido, com um tom marrom aveludado. Gracioso, sensual sem ser vulgar e que apesar de contornar seu corpo não era justo ou sufocante. Ele dançava nela. E ela praticamente flutuava. Quando ela passou na rua, todos podiam sentir uma energia que emanava diretamente dela. E eles não sabiam o que era aquilo. Era como se ela produzisse a sua própria energia.
Quando ela passava todos olhavam para ela admirados. Ela transcendia o lugar. Eles se viravam para olhar. Ela tinha trilhões na moeda do lugar. Além de tudo, era riquíssima em um percentual que eles não podiam calcular. Era um ser extinto e único.
O contraditório de tudo isso é que Sophia era escrava. Sim. Escrava de um clã. E naquele dia iria conhecer sua nova família.
Estava tendo uma festa extremamente organizada. Em um local com toques antigos. Louças e pratarias antigas. De antes das duas revoluções. E, a comida, também, era rara. Eram receitas antigas que levavam carne e queijo. Salgadinhos e outras coisas que não existiam praticamente mais devido à escassa matéria-prima, mas tudo ali era feito igual como era antigamente e em abundância.
Sophia se deteve na frente daquele banquete já servido e comeu delicadamente um pouco de cada. E podia ver sua fome totalmente satisfeita ainda que pegasse pequenas porções. Estava tudo bom e saboroso.
Foi quando foi introduzida ao resto da mansão. Levada a uma sala, onde tinham vários feitos heróicos de seres ligados aos tribunais e à política. Ela se deteve um pouco ali, folheando as notícias em um cristal translúcido. Depois, passou à outra sala, onde estava reunido seu novo clã. Ela havia sido adquirida para aquela família.
Ao adentrar na sala, todos os olhares se voltaram para ela. Foi apresentada.