sábado, 26 de dezembro de 2009

Pai amado, que...

Pai amado,

Que a esperança que surge nos corações das pessoas no natal possa fazer com que a humanidade entenda a sutileza e efemeridade da vida. Que o mal possa de vez ser banido pelo preenchimento da Tua luz. Que as pessoas possam ter sorrisos sinceros 365 dias do ano. Que se reparta o pão e que ele não seja de trigo transgênico, mas suficiente para alimentar o mundo inteiro. Que as pessoas possam fazer o melhor sempre. Que princípios não sejam algo distante, mas presentes diariamente na ética do trabalho e no ensinar dos pais aos filhos. Que a cada ato de cada um dos governantes da orbe terrestre seja verificado se há amor. E mais, que cada um dos governados, pais, filhos, irmãos, parentes, amigos, conhecidos e não conhecidos possam se indagar se o caminho trilhado é de amor também. Que possamos estender nossos melhores sentimentos aos amigos bichos, à todos os seres vivos e aos montes, estrelas e oceanos, em louvor do Teu Santo Nome.

Que exista alguém para continuamente desejar, sonhar e escrever a utopia
Que existam outros que possam ler, crer e realizar.

Que o pouco se torne muito, porque a luz é mais do que o escuro.

Pai amado, nesse dia seremos contigo e estarás em nós sempre. Em nome de Jesus.

Amém.

Anjo Caridade

Mais um natal
Comida farta à mesa ou não
olhinhos fitos no relógio
à espera do badalar das horas

Mais um natal
Mocinha que não quer amassar o vestido
Salgadinhos sendo servidos
à espera da ligação no celular

Mais um natal
Um frio danado lá fora
Será que a sopa amiga
vem esquentar a barriga
pelas mãos do anjo caridade?

domingo, 22 de novembro de 2009

Miseráveis sem amor

Miseráveis somos todos sem amor
A sinfonia toca lá fora
e aqui só podemos ouvir parte da melodia
Vivemos de uma incompletude angustiante
À espera de uma redenção tardia
Arrastamo-nos na marcha da vida
Ruminamos um futuro cada vez mais longíquo
Sobre as sobras da felicidade alheia
Recolhemos as pétalas dos finais das festas
À espera de que o irrealizável possa acontecer

terça-feira, 17 de novembro de 2009

tempus urgit

No meio da noite eu penso
Por que você anda tão atrasado?

O tempo inexorável segue a marcha
e deixa as marcas no meu mapa-corpo

Preciso que você venha logo
A porta está aberta

E quando enfim no horizonte surgir
a estrela que comanda o firmamento
a poesia de tormento e sofrimento
será somente só contentamento

E eu transcenderei
Em uma fina névoa branca
dissolvendo-me de felicidade

Sinto você tão perto agora
que quase posso sentir sua mão
no ombro meu, na cintura minha
no corpo que é teu
e que aguarda apenas a tua posse

Sim, amado e imortal amor
seremos finalmente um
e os céus estremecerão

Nada mais haverá de deter a felicidade
tempus urgit

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Em frente aos olhos meus

Quanta força no teu olhar
Quanta vontade a desfilar
Em frente aos olhos meus
Quanta vontade de ser teu

Quanta força no teu olhar
Quanta vontade de te beijar
Em frente aos olhos meus
Penso como pode não ser meu?

domingo, 15 de novembro de 2009

Noite enluarada

Na noite enluarada
Em que fadas farfalhavam ao sabor dos ventos
Em que pessoas riam e bebericavam
Em que o lugar aconchegava e animava
Em que o papo nunca acabava

Na noite enluarada
Em que nada pode ser tão sério
Em que sempre há uma aura de mistério
Em que tudo depois de meia noite é relativo
Em que o querer é superlativo

Eu conheci você

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Coração sem lei?

Nesta estrada que já trilhei
Um brilho novo eu encontrei
Mas eu não sei, eu não sei
Meu coração agora anda na lei

domingo, 13 de setembro de 2009

O brilho do seu olhar

O brilho do seu olhar
Tarefa que quero desvendar

O brilho do seu olhar
Que me faz delirar

O brilho do seu olhar
Enigma a decifrar

O brilho do seu olhar
Me remete a cor do mar

O brilho do seu olhar
Vontade de te chamar

O brilho do seu olhar
Quero ter para amar


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Perdoa-me

Ou sambinha do perdão.

PERDOA-ME pelas palavras não ditas
Reservadas somente a quem tem muita coragem
Guardo eu meu coração em um lugar secreto
Em minh'alma penso ele estar bem seguro

NÃO me preocupo com a passagem do tempo
Ainda que de quando em vez eu me lembro
Do tempo em que era mais flexível
Do tempo em que tudo era mais simples
Em que dormia na cama dos sorrisos

PERDOA-ME pela minha insensatez
Em buscar tanto a razão
A inimiga do coração

PERDOA-ME por não me aproximar
Tenho medo de chorar
E não ter quem me enxugue as lágrimas

Que pena

Em uma nova poesia vou te dizer o que vai em meu pensamento
Em uma nova letra vou expressar todo o meu sentimento
Em um novo momento vou ser para sempre tua
Em um novo sonho vou de novo eu acordar. Que pena!

Dia findo

Mais um dia findo
Deveria eu estar rindo?

De mãos dadas

Você do meu lado
Ser alado
Queria dizer-te
Como és lindo
Recostar-me em teu ombro
Delicadamente dar-te carinhos
Mas espero com a paciência
[dos anjos
Que tu enfim resolvas declarar
todo o sentimento que sei
já invade o teu peito
mas insistes em dissimular
Não tem problema, a perseverança
anda de mãos dadas com a esperança

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Desejo-te

Desejo a ti bolo de brigadeiro com muitos telefonemas, presentes e surpresas. Abraços carinhosos. Um dia quente e tranquilo. Desejo-te ainda que todos os teus desejos sejam realizados se forem para te fazer verdadeiramente feliz.

Sonhei

Sonhei que teu rosto calmo
Repousava do meu lado
Não queria mais acordar

Mil presentes

Quero te dar mil presentes
Um balão para te levar ao céu
Champagne para flutuar ao léu
Abelhas para te beijar com mel
Amor para te fazer esquecer o fel

Quero te dar mil presentes
Para te dizer como sinto
Um ardido aqui dentro do peito


Quero te dar mil presentes
Mas só posso te dizer contente
O quanto és querido
Meu doce amigo


II

Quero te dar mil presentes
E espalhar a toda gente
O que vai no coração e mente
O que sinto da gente

Quero te dar mil presentes
Mas contento-me com mil sorrisos
Não podes saber o que sinto
Pensas que estou te mentindo

Quero te dar mil presentes
Um dia desses você vai saber
E eu sei você vai ter
É ver para crer

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Agora é vaidade

Quero um amor de verdade
Desses com gosto de chocolate
Mas por que não me sinto à vontade?
Amor agora é vaidade

Vibra coração

Vibra coração
Segue essa nova canção
Vibra coração
Vai até ele
e diz que o ama
com carinho
Já foi-se o espinho
Agora é só o amor...

domingo, 2 de agosto de 2009

Pés em rosa




Poema de Maria Antônia Dias, irmã de Pedro Dias.

Os meus pés vão de rosa
e eu vou de preto
e cabelo chocolate
pele branca no contraste
cabelos anelados
debaixo dos seios
tentam esconder
o que já resta evidente

Os meus pés virginais
desfilam incólumes pelas ruas
pés assim podem ser devassos
mas eu me desfaço
em um movimento apressado

É chegado o cansaço
e eu faço o passo
de retorno ao meu amado
pés no seu rosto alado

Descalço eu, então, a imaginação

Com você

O beijo calmo
O ritmo do toque
A espera ansiada
A boca esperada
Com você
Tudo faz sentido
Faço-te um pedido
Casa-te comigo?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Aurora

Ele vem e já não é sem demora
Ele vem e minha agonia vai embora
Ele vem e me é chegada a hora
Ele vem a trazer a aurora

Desolação

Ando sozinha pela rua
Ninguém na descida
Não sou seguida
Ando sozinha quase desnuda
Vento frio
Ajeito a roupa
É preciso seguir em frente
Mesmo que se chegue a uma parede
Não posso desistir
Nada vai resistir
Aqui sem ti

Desolação.

Faz dias



Faz dias sonho com teus cabelos anelados
Desalinhados pelo vento da tarde
Brisa serena que insiste
Em verificar caminhos do vestido vaporoso

Faz dias fico nesse movimento
Meio abobalhado
A te imaginar, contento

Faz dias eu me engano
Que já existes
És minha e de mais ninguém

Quero teu amor de moça

Quero um amor desses em que a intimidade não pede licença para se instalar/ Quero ouvir o falar do outro até adormecer feliz/ Quero aconchego e paz/ Quero querer sempre sem precisar fazer força/Quero sentir teu amor de moça até velhinha me sorrir

sábado, 25 de julho de 2009

Pérolas de João - Globalização

João extremamente feliz porque tirei a tarde de folga para levá-lo ao supermercado para comprar o pote de sorvete preferido. Passava pelas seções de supermercado eufórico. Perto do frigorífico: Ihuuuuuuuu estamos na antártica. Nos horti-fruti: Estamos na américa do sullllll. E assim foi. No caixa a mesma coisa, cada produto aleatoriamente ele dizia que vinha de um parte do mundo. Leite da indonésia, arroz da malásia, cotonete da inglaterra, óleo da dinamarca. Seguia frenético. Passava os produtos do carrinho até a esteira do caixa falando e gesticulando muito em profusão. Até que causou uma pequena confusão pelo excesso de produtos e palavras. Eu, então na alta qualidade do poder que me foi investido de mãe, dei-lhe um leve aperto no braço, no que ele prontamente retrucou entredentes: beliscãoooo da chinaaaaa!

Rubem Alves




Unanimidade não é mesmo? Mas por quê?

Vamos ficar com um trecho de "ostra feliz não faz pérola". São Paulo, Editora Planeta do Brasil, 2008, p. 81:

As mãos
Como são diferentes as mãos ternas das mãos que desejam a posse! A ternura não deseja nada. O beijo terno apenas encosta os lábios...O olhar terno deseja que aquele momento seja eterno. Daí o seu cuidado, a voz que fala baixo, a mão que tateia, o mover-se vagaroso: para que o encanto da imagem não se quebre...

sábado, 27 de junho de 2009

Tormento

Estou aqui sentada
A pensar na vida
Como te digo
Que te quero?
Como dou início
Ao que já começou no pensamento?
Não sei, não sei
Tormento.

Brigo

Brigo eu com o tempo
Brigo eu com o trabalho
Brigo, brigo, brigo

Concede-me abrigo?

Finalmente dormir

Altas horas e não consigo dormir
Penso em qual caminho seguir
Vivo de sonhos
Nuvens de sonhos
Leves sonhos
Lâmpejos de sonhos
Mas tudo acordada
Preciso recostar a minha cabeça
E finalmente dormir

domingo, 21 de junho de 2009

A viver de sonhos

Querido e doce amor
Hoje te vi de relance
E tive a impressão
De que você sentiu
A minha presença
Mais uma vez
Você se foi
E eu me vi
De novo
A viver de sonhos

terça-feira, 16 de junho de 2009

O pulo


Lugares sugeridos

Pensamentos consumidos pela paixão

Espero um momento certo

Na incerteza breve


Salto para a vida.

domingo, 14 de junho de 2009

Dois

Dois meninos juntos
Mesmo destino
Sozinhos na estrada
Vão seguindo
Mãos vão sendo estendidas
Em sinal de desvelo
Enquanto eles seguem
Silencioso apelo
A vida precisa de respeito
Quem vai cuidar dos dois meninos?
É Deus, É Deus
Eles sem pai nem mãe
Que desatino
Seu belo avô
Já se foi pelo destino
Dois meninos juntos
Sozinhos na estrada
Vira dia, vira madrugada
Mãos vão sendo estendidas
Em sinal de desvelo
São os anjos bons
Que ouviram
As preces sinceras do avôzinho
Quando eu me for
Cuidem dos meninos

Quem sabe a dor?

Quem sabe a dor
De embalar um filho
No ventre
Desejoso de nascer
Antes do tempo?

Quem sabe a dor
Que acalento
De ver crescer o meu rebento?

Quem sabe a dor
Que sinto
De não poder sentir dor?

Quem sabe a dor
Quando minto?
Que bonito é ele indo...

Para onde ir?

Vida o que queres de mim?
Qual rumo seguir?
Sigo-te eu?
Ou segue-te a mim?

Sangue verde

A floresta sangra
E o que era verde
Agora vermelho geme

O tempo passa?
Sem o uirapuru
Que nunca ouvi

A tortura do verde
A seiva derramada
A tortura rimada
Esperança devastada

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Louvai

Louvai, louvai, louvai ao Senhor (2x)
Porque Ele nos amou
De tal forma que seu filho o sangue derramou

Cantai, cantai, cantai ao Senhor (2x)
Porque Ele a música criou
E a nós se dedicou com amor

Amai, amai, amai ao Senhor (2x)
Como Ele nos amou e sempre nos amará
Para todo o sempre amém.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Tempus fugit

O tempo passa
Ele se vai
Sem se deter em sua marcha
Inexoravelmente ele se vai
Escapole
E leva junto com ele algo
A memória que se esmaece
Ele próprio se esvai
E a marcha segue
Talvez já sem nossa presença
O tempo passa
Ele passa e se vai
Quem testemunhará sua chegada?
Para onde ele vai?
Foge para o não lugar
Para o pai tempo
Guardião de todos os tempos
Passado, presente e futuro
Ops, lá vai de novo o tempo
Ele fugiu
Pois já é tempo de parar de falar dele
Apenas por ora ou será por hora?
O tempo fugiu.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Como a pluma

Como a pluma que o vento leva
Vou me deixar levar
Como uma náufraga
No azul grande do mar
Olho para o alto
E vejo a gaivota a planar
Vou me deixar flutuar no caldo universal
À espera de um dia de luz tão intensa
Que os que dormem possam acordar
E finalmente entender
Não se pode mais adiar o amor

Sem mesuras

Não me venha com mesuras e indecisões
A minha vida escapole por meus dedos
Não tenho mais tempo a perder
Já fiz tudo que tinha para fazer
Já vivi tudo que tinha para viver
Pena não ter tido você
Pensei fosse acontecer
Mas não era para ser

quarta-feira, 11 de março de 2009

Um sofrimento pequenino

No meio da viração da tarde
Tento eu não sofrer
Afinal sofrimento pequenino
Esse do amor
Quando tem muito mais gente
com intensa dor
Por que se espera a emoção do beijo
Se depois vem o aleijo?
Por que se ama desmedidamente
Se depois não se dá conta da dor que se sente?

terça-feira, 10 de março de 2009

Uma nova canção

Dos meus desejos não realizados, desses pensados, embalados , acalentados, estava um como o principal - cantar para você uma nova canção. Algo que você nunca ouviu, mas que pensa já sentiu. Doce, serena e sincera. Uma nova canção. A do coração. Emoção pura, divina, da fonte. Dois corpos enlaçados ouvindo o silêncio e o pulsar dos corpos acalentados. A junção com o universo enquanto flui o sentimento. O amor em um arremesso de cometa com sua cauda cintilante cruzando fagueiro o horizonte. O calor do encontro, o sorriso retribuído, mãos dadas e a certeza de um amor eterno. Pena que só desejo. E Desejo só. À canção resta apenas a partitura. A mim, a doçura de imaginar um dia a chegada da verdade. À espera de ser tocada. Perseverança mantém a esperança da sinfonia que vibra em mim desde criança, a de uma nova canção.

Seja feliz

Essa foi por um triz
Seja feliz
Confundi você com outra pessoa
Fiquei louca em te pensar com essa moça
Mas serviu para eu ver
Eu não sirvo para você

Sou uma figura barata
Desses filmes de quinta
Não sei controlar ainda a paixão
Mas prefiro isso que sua lentidão

Você ainda não sabe como faz para viver
Tudo o que desejo para você
É, seja feliz!

Não sinta pena de mim

Um mundo inteiro para te dar
E você a hesitar
Sequer sabe o que perde
Preso que está em seu mundinho

Enquanto isso sigo eu de nostalgia
E solidão

Mas não sinta pena de mim não
Pois eis que sigo sentindo a vida
Em plena pulsação
Ela passa por mim e eu a sinto
refrescar o meu rosto
Esquentar o dorso da minha mão
Em meio ao caos da circulação

Estou em momento de pausa
Pensei fosse você a nota que faltava
Enganei-me?

Está a tocar pálidos desafinos
E eu orquestra sibiliante
mal consigo me conter
É, não era mesmo para acontecer

Mas não sinta pena de mim
Eu vivo cada dia com esperança
E o sorriso de uma criança

Para você insensatez
Para mim apenas mais uma chance
de ser feliz outra vez

Portanto, não sinta pena de mim
Vou chorar mais um pouco
Logo me refaço e serei mais completa
E você? O que espera?
O fim da festa?

Quem não gosta de mim

Sou uma desconhecida sim
Até mesmo para mim
Mas sabe de uma coisa?
Não estou afim de quem não gosta de mim

segunda-feira, 9 de março de 2009

Do meio do marajó

O marido leva sua mulher em uma rede
Mal sabia ele era o leito de morte
Sua mão pegava na da sua amada
Na esperança de uma melhora infinda
Ele não podia imaginar aquele era seu último adeus
Tão longe da cidade grande estavam
E o balançar do navio não ajudava
Morreu sem ajuda médica
No meio do nada amazônico
Esqueceram que ela também era cidadã
Isso é Brasil
De tristezas mil
Onde está a sensatez?
Clama o povo da floresta
Por sua vez
Do meio do marajó
o Homem agora volta só

Conforta-me

Conforta-me, ó Deus, nos braços teus (3x)

Livra-me do homem mau, do inimigo
Abraça-me em teu peito abrigo

Segura-me com tua mão
Tira-me da escuridão

Usa-me, ó Deus, como se eu fosse os braços teus (3x)

Como?

Meu coração está sangrando. Como consigo estancar? Não dá, não dá.

quarta-feira, 4 de março de 2009

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Vou te amar

Vou te amar até não mais poder
Até não ser eu mais a senhora do tempo
Até que saiba eu que você tem outro alguém
Dentro do peito e que eu não caibo dentro

Vou te amar em segredo
No silêncio do meu quarto
Quando a tarde se despede
E anoitece em minha cama

Vou te amar tão perdidamente
Que perdida em meus pensamentos
Lembrarei eu apenas do sentimento
Que une meu coração ao teu

Vou te amar silenciosamente
E em espera ficarei
Até que você não mais me queira
E faça noiva outro alguém

No silêncio de minha vida

No silêncio de minha vida
Em que tenho casa e comida
Penso em controlar os acontecimentos
Mas me vejo sem saída
Todos diziam que eramos o casal perfeito
E eu por curiosidade comecei a te notar
Agora tenho certeza
Sigo eu a te amar

Você não sabe ainda
Nem sei se um dia direi
Pois segue sua vida preso ao passado
Quando um dia foi um poderoso rei
Mas eu compreendo e sigo quieta
À espera de algo que te faça ver
Que eu nasci e fui feita para por você viver

Serendipity

Toda vez que digo hoje é o fim
Alguma coisa acontece para mostrar para mim
Não é o fim, não é o fim

De que adianta eu gostar sozinha
Se ele nem quer me ligar
Isso é tortura
Isso é loucura
Vou parar de te amar

Toda vez que digo hoje é o fim
Alguma coisa acontece para mostrar para mim
Não é o fim, não é o fim

Serendipity
E lá está ele perto de mim
Para me mostrar
Não é o fim, não é o fim

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Intenções

Hoje me pergunto
Quais intenções
Eu tenho para com você
Se te quero como distração
Se te amo de montão
Ou é só satisfação

Toda vez que eu começo
A crer
É amor
É pra valer
Pode ser....

Acontece algo
Para me mostrar
Não é para mim
Não é pra ficar
É pra andar
É de outro alguém
Não é de ninguém

E cheia de desejos
E vontades
Eu vou seguindo minha vida
Se te encontro de novo não sei
Mas eu tenho que continuar
Cheia de intenções
(21.08.07)

Não te tenho agora

Minha poesia
Me abandonou
Em meio a tanta maresia
De mim enjoou

Como vou compor
Se não tenho meu amor
Como vou querer
Se só faço sofrer

Como vou existir
Se não estás aqui

Como vou saber
O teu amor
Que diz
Sentir

Como vou sofrer
A te querer
Poesia minha
Volta sem demora
Eu que te tinha
Não te tenho agora
(21.08.07)

Meu corpo

Meu corpo
Teu corpo no meu

Teu rosto
Meu rosto no seu

Tua pele
Minha pele no suor teu

Tua boca
Minha boca em ti viveu
(21.08.07)

Abstinência

A tua ausência
Dá abstinência
Dor no meu corpo
Insônia
Desalento
Estou a relento
A te esperar
Mas você não vai chegar

Quanta doçura
Tanta ternura
Tudo acabou
É o fel
Não é mais mel
Perdi meu céu

A tua ausência
Enlouquece
Desespera
Desestrutura
Eu aqui e a lua
A tua espera
Quanta carência
E inocência
Incoerência
Abstinência
(21.08.07)

Doença do Coração

Meu coração adoeceu
Meu corpo também
To como o capacho da porta
Todos chutam
Só sirvo para limpar a poeira
Que ninguém quer deixar entrar

To com dor de garganta
Ela está cheia de sentimentos
Represados
De que adianta tanto movimento
Se no final é só tormento.
(21.08.07)

Luxúria

Dou-te o mar
As estrelas
Dou-te o céu
E o infinito
Dou-te tudo de mais bonito

Dou-te o melhor de mim
Meu abraço ninho
O meu carinho

Dou-te a minha vontade
Dou-te até a vaidade
Luxúria
Não tens piedade
[De mim
(21.08.07)

Cruel sim

Se pudesse escolher
Escolheria você
Se pudesse te ter
Pararia de chover
No meu pobre coração
Seria sol todo tempo no meu chão
Mas não é assim
A vida não é assim
Cruel sim
Cruel sim
(21.08.07)

Suspiro

Eu sentadinha lá na minha praia
Vendo as ondas se formar
Só consigo me concentrar no teu olhar

O vento a passar
E eu só a pensar
Preciso parar

Mas não consigo
Se penso em ti suspiro

Sainha e blusinhas brancas
Marquinhas de sol tantas

No meu peito
Só tem sentido
Se for contigo
Te quero em meu leito
Inspiro
E mais uma vez suspiro
(21.08.07)

Tortura à moda antiga

Aquela música bem antiga
E eu a imaginar
Como vou te ganhar
Dança de salão
Confete e serpentina
Meu amor e emoção
No teu nobre coração
Que piegas
Penso
Não há entregas
É só usufruir
Mas depois se insisto
Destruir
Resisto

(21.08.07)

Sonhos ou tormentos?

Não se podem inventar sonhos
Eles são inspirações dos anjos
Temos que agradecer quando os temos
E não brincar de inventar tormentos


(05.06.08)

Moda antiga?

Tempos modernos
Por que continuo a sonhar à moda antiga?
(05.06.08)

Feitiço

Quero beijar tua boca
E assim quebrar o feitiço
De te amar feito uma louca
(05.06.08)

O que eu posso ter

Se eu não posso ter tudo
Que eu tenha ao menos um pouco
Se eu não posso te ter
Não tire de mim o sonho
Que me alimenta e me sustenta
Rumo ao amanhã

(05.06.08)

Mais um pouco

Por que tanta dor no meu corpo?
Para tornar mais dura a arte de viver?
Já me é tão difícil estar aqui e agora
Tenho que lutar todo dia para mais um pouco sorrir
(05.06.08)

Mais uma vez

Logo quando eu pegar aquele avião
Mais uma vez eu vou te ver
Sim eu vou te ver
Tudo que me resta
É te ver passar no teu próprio tempo
Confesso não sei mais se agüento
(05.06.08)

Lapso de tempo

Em um breve lapso de tempo
Eu te vi
E a noite brilhou dentro de mim
Como um sol
Mas ardeu tanto
Que queimou e doeu
Mas meu bem eu já cicatrizei
Eu sei ....eu sei

(05.06.08)

Eu aqui

Mais uma vez eu aqui
Tento me apropriar do tempo
Mas não me é possível
Sou humana
Tal tarefa pertence aos deuses
Peço a eles misericórdia
De me conceder um pouco mais
Do que um momento
Ao teu lado para te dar meu sentimento
(05.06.08)

Dor no peito

Que dor no peito
Está tão apertado
que nem eu caibo nele dentro

Mais um dia no planeta terra
Uma intrusa na seiva da árvore
Parasita dessa dimensão
Eu vou ... eu vou

Não sei para onde
Mas eu sei que eu vou

Ao quinto dos infernos
Aqui já estou

E o amor que em mim havia
Nada sobrou
Mas sei que se rimou
Eu vou ...eu vou

(05.06.08)

Pimenta




Uma vez me disseram que ciúme é bom para apimentar o amor. E agora? O que eu faço? Se a pimenta nos meus olhos arde demais? É o velho dito popular. Pimenta nos olhos dos outros é refresco.

Eu queria um pouco de pimenta
Mas você exagerou e me deu malagueta
Agora beiro eu a sarjeta
Porque te vejo ao lado dessa ninfeta

Vai logo termina o serviço
Assume que eu já perdi o viço
Aos olhos teus

É verdade, estou ardida de ciúmes
As palavras doces dela
No meu sentir são amargas
Especialmente quando vejo
Que você gosta

Não tem mais saída para mim
No dia que descobri que te amo
Foi o mesmo dia que vi você encantado
Por outra mulher que não eu

Mais um triste fim para a poetisa das causas perdidas.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Senhor abre meu coração

Senhor,
Faz abrir meu coração
entrar a luz
recusar a escuridão
dar a mão a meu irmão
e viver em comunhão

Senhor obrigada

Senhor,
Obrigada por me permitir
[sentir a doce música em meu coração
Obrigada por saber, Deus, que estás aqui
Obrigada, meu Senhor Deus, pela lágrima
que percorre o meu rosto quando sinto
Sua presença ao lado meu.

Obrigada pela sinfonia da vida
que percorre meu sangue
e harmoniza meu coração
Obrigada Senhor pela oportunidade
[de sentir o calor do sol e da brisa matutina
Obrigada, Senhor, por tudo, tudo, tudo, tudo
[enfim até o fim.

(madrugada do dia 15.02.09)

Senhor,

Senhor,
Dai-me refúgio
Senhor,
Senhor,
Eu te procuro
Dá-me tua mão
em comunhão
Deixa-me ser
a Tua ovelha
apascenta meu coração
E não me deixar cair em tentação

II

Senhor que está no alto
ajuda-me a caminhar
mostra-me o que é certo a trilhar

III

Senhor,
Senhor,
realiza a Tua palavra em mim
e faz acontecer tua criação
até o dia da expiação
(Amém)

(madrugada do dia 15.02.09)

E eu aqui

A paixão veio forte
bati no poste
caiu em mim
em forma de poesia
acordei no meio da noite
banhada em maresia
a imaginar o beijo teu
o teu abraço
o nosso laço

E eu aqui na cama vermelha
com o abajur da cor vermelha
[também
sigo querendo
sonhos de menina
e ser o sonho de alguém
a noite já se vai
em marcha apressada
o dia já vem em disparada
eu aqui quedei-me apaixonada.

(madrugada do dia 15.02.09)

Adormecida

Ela estava adormecida
seguia encantada
mas esquecida
pela estrada da vida
Não achava mais saída
[do portão
de seu amigo coração
foi quando sobreveio
um tufão
e sem freio
despertou a paixão

II

Vou, vou bem quieta agora
tenho medo de acordar a ilusão
porém sigo com emoção
essa nova chance
que me deste
até que nada mais me reste
até de novo ao pó
até de novo só
até tudo consumido
e quem sabe esquecido

III

Mas tenho esperança
de que seja um novo amor
e como um riso de criança
me despertar de minha dor
de mãos dadas em minha andança

E que brote ao final
um delicado sentimento
deste encontro sem igual
amor de arrebatamento.


(madrugada do dia 15.02.09)

Tu existes

Poema de Maria Antonia que sonha com um ser amado que nunca chega.

A boca na tua boca
tirando a roupa
a mão na cintura
[em riste
tu me despiste
E eu me fiz mulher
nos braços teus
Lembranças de um dia
que jamais se esqueceu

Parte de mim

Hoje mal consegui dormir
O sono não chegava
Pois tudo o que eu pensava
Era em como eu te amava
Eu te amei
Em cada lugar que passei
Cada rosto que olhei
Cada passo que segui
Eu te vi
Estás aqui
És parte de mim.

(madrugada do dia 15.02.09)

Sonhando com a vida

Eu estava sonhando e uma voz no sonho me dizia: - Acorda para escrever esse poema. Eu dizia: - Quero dormir. Está tão bom... mas, no sonho, o poema era lindo de morrer. Segue uma parca tradução, um rascunho, um esboço do que eu declamava em sonho.

A vida é mais que um ato de ofício
A vida é um benefício
Mesmo que para alguns pareça um suplício
A vida é olhar de cima de um edifício
E fitar o horizonte
É beber da fonte
Cruzar o monte
Enfrentar o rinoceronte
A vida é doce
É mais que um “se fosse”
É uma possibilidade sim
Com potencial de acontecer
Mesmo que para alguns
Pareça um eterno anoitecer
A vida é passagem
Rápida do tempo
É o voo do calendário nas asas do vento
A vida é o instante de um momento
Mesmo que para alguns dor e sofrimento

É puro sentimento
Amor fraterno
Chama e coração eterno
A vida não é inverno.


A vida é imagem e momento
A vida é nascimento
A vida é breve contentamento
mesmo que para alguns seja falta de discernimento.
(madrugada do dia 15.02.09)

Paixão de uma nota só

Olha só lá vem a paixão
Ela vem e lava o chão
Paixão de uma nota só
Ai que dó
Da doce menina
Que passa o dia
A fitar o seu amor
Ele que vai ao longe
Apressado
Cuidar dos seus afazeres
Ignora que é um dos prazeres
Da doce menina



Tão só
Na paixão de uma nota só

Rima do abraço

Braço rima com abraço
E eu me desfaço
Em pedacinhos
Caquinhos
De um amor
Um grande amor

Quero o teu laço
A me dizer o que eu faço
Como posso dar esse passo
Quero uma chance
Para que alcance
O teu nobre coração
(13.02.09)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Isso é Brasil – Merenda escolar


As crianças com fome
Fazem fila pela comida
A comida terceirizada
Tem uma quantidade-estatística
Até fruta estragada é servida
Crianças de escola pública
Carne estragada
Comida mofada
Pães de menos para os alunos
As merendeiras não sabem o que fazer
Para alimentar as desnutridas crianças
[que só aquela refeição no dia vão fazer
Já que os lucros dos empresários
famintos, isso sim, por dinheiro
é que não podem redução sofrer

Silencioso ele segue

Silencioso ele segue tentando acertar o ritmo da vida. Esquece ele que enquanto isso a vida é que segue.

Torpedos

Seria tão bom
Se juntos pudéssemos ficar
Finalmente a poesia teria trégua
Para a ti eu poder me entregar

Mas não tem jeito não
Seguirei assassinando o português
Escrevendo torpedos
Machucando meu coração

Até que o tempo passe
Até que ele te leve de mim
Até o tempo do fim
(21.08.07)

Tragédia anunciada

Tragédia se anuncia
Das palavras ainda não escritas
Cheiro de sangue já posso sentir

Tormenta
Tempestade
Vendaval
Não consigo organizar meus pensamentos
Só penso em desfalecer nos braços teus
Pagarei eu o preço da inconseqüência
Serei eu amiga da demência
Andarei como moribunda nas estradas da vida
Enquanto a ti
Sorries de mim
Divertes-te com meu sofrimento
Sei, mas não posso evitar

(21.08.07)

Quem?

Quem é ela?
Ela é passado
Prisão
Escuridão
Vazio no coração
solidão

Quem sou eu?
Sou teu presente
Sou tua noite ausente
Sou teu corpo quente
Sou teu jogo
Sou tua vontade
Sou tua
De verdade

Quem é você?
Alguém que não sabe a diferença entre os pronomes


(21.08.07)

Venha me iluminar

Sereno anjo de luz
Estou a tua espera
Venha me iluminar
E levar-me de novo a trilhar

No momento tudo a nevar
Frio na espinha
Aperto na boca do estômago
(21.08.07)

Sem resistência

Dedos ligeiros
Roupa despida
Beleza esculpida
Sedução pura

Quero morrer nos braços teus
Sorver do teu sorriso
Delirar sem aviso

Rosto sereno
Beijos trôpegos
Quem a ti pode resistir?
É impossível
Pedem-me o impossível
(21.08.07)

A razão da minha espera

A solidão que bate à minha porta não me deixa esquecer o motivo da esperança insistir em residir em mim, a espera infinda de um sorriso dedicado teu.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sem forças

Não consigo parar de pensar
Vou me entregar
A tudo
O desejo que insiste invadir
Tenho que o retirar
Não posso continuar assim
Vou ser a única que vai sofrer
Eu já sei
Final anunciado
Morte sem culpado
Tela vazia
Filme clichê
Meu erro foi querer
Ser dona da tua boca
Invadir o território de outro alguém
Achar que podia o impossível
Voei alto demais
Quando cair
Tenham pena de mim
Porque nem sei se viva ainda estarei
Para poder sentir
Dor rasga no meu peito
Lágrima lava o rosto
Noite agoniante
Faz dele me esquecer
Não posso mais com isso conviver
Luz cristalina
Aparece para mim
Cega e me leva para longe daqui
A um lugar onde o nada se faça existir
E eu em paz possa descansar
Da angústia que insiste em ficar
A me torturar
Não existo mais
Sobrevivo
Cada dia um pouco
Prolongando o desespero
A um patamar insuportável
Espero pela cura
Do anjo iluminado

(21.08.07)

Distância

Milhas de distância nos separam
As cartas não chegam
Lembro com saudade do ontem
Onde tudo era possível
Mas o tempo
Este impiedoso
Mostrou suas garras
E fez fenecer
As flores que você me enviou
Mais de uma vez
Elas foram despejadas fora
Após sóis e luas
Vejo que nosso amor também
No meu corpo templo
O sagrado
Não é mais o que por ti sinto
Foi-se tudo
Ficou a distância
E a amizade

(21.08.07)

Dinfunção alimentar

Hoje comi tudo que vi pela frente
Na tentativa de te devorar

Hoje comi tudo que vi pela frente
Na tentativa de te vomitar das minhas entranhas

Hoje comi tudo que vi pela frente
Na tentativa de ocupar meu corpo
E esvaziar a minha mente

(21.08.07)

Preciso dormir

Vou dormir
Cansei de tentar entender
Uma maneira de me defender

Vou dormir
Para amanhã acordar
E pensar que tudo foi um sonho


Pensei ter recebido uma ligação
Ilusão

O que poderias me dizer
Que eu já não saiba?

Não há o que se fazer

Vou dormir
Preciso acordar no amanhã
(21.08.07)

Placar

Hoje foi um dia duro
O dia que disse não
E queria dizer sim
Razão 1x0 Coração

(22.08.07)

Onde estás?

Penso em quais caminhos andas
não sei dizer
Estás sentado em alguma mesa de bar
afogando as mágoas de um passado não vivido?
Meu amor perdoe-me
não fui capaz de ver o amor surgir
Espero um dia com certeza
pelo tempo da delicadeza
onde serei de ti e serás de mim enfim
(25.08.07)

Soldadinho

A cara da minha infância
Fim de tarde
Brincadeiras e risos mil
Tentei te pegar
mas voavas
sempre faceiro
por poucos e breves momentos
podia te sentir a fazer cócegas
no dorso de minha mão
soldadinho
na minha imaginação
fizeste parte de estórias sem fim
cara de minha infância
(25.08.07)

Horas contadas para a tristeza

Quase enlouqueci
Prestes a perder as estribeiras
Fui chamada rápido à realidade
Voltei para o mundo real
Às vezes frio porém jamais insípido
Espero mais esse dia cinza passar
Na esperança de um ombro amigo
No dia de amanhã
No dia de amanhã
Com um novo sol
E esperanças renovadas
Vou colocar minha cara na porta
Espero que a chuva não caia
[mais toda em cima de mim
[Como hoje
[Em que inundei
Transbordei
E quase fiz doideira
Agora entendo porque o dia tem
[horas contadas
É para que os dias ruins terminem
Os dias ruins são os dias da tua ausência
Dias de intensa saudade
Dias de solidão

(26.08.07)

Fé e inocência

Aquela senhora grávida na porta da igreja
Prestes a parir mais uma vida
E eu que fui buscar consolo
Encontro alguém desolada
Com um filho no bucho e mais um à mão
Nem enxoval, nem comida
Ela pedia ajuda com os olhos
Com algum tipo de inocência
Que não sei como ainda tinha
Os anjos a abençoaram
Porque ela não tinha plena consciência
Estava lá a espera de algo
Ela já descobriu o que insisto em tentar
Fé!

(26.08.07)

Sem vagina

(Esqueci de dar o devido crédito ao poema de Maria Antônia Dias, irmã de Pedro Dias, família de poetas, desde o seu tataravô Fernão)

Esses dias de reclusão
Em que me encontro sem vagina
E sem coração
[com angina
Penso somente com a razão
Nada de emoção
Sem entradas rápidas
Sem movimentos frenéticos
Sigo inerte
Quieta no meu mais tenebroso inverno
Mulheres sérias não têm vagina
Tem lógica
São matemáticas
Precisas e estáticas

(26.08.07)

Para todas nós meninas sonhadoras

Para todas nós meninas sonhadoras
Criativas
Que acreditam em relações duradouras
Não percamos as esperanças
Ele existe sim
Está na fila de algum supermercado
Próximo à seção de comidas prontas
Aquelas de microondas
Com pressa
Em um terno bem cortado
Lindo e decidido

Para todas nós meninas sonhadoras
Em um dia de grande tristeza
Vamos ao cinema
Comprar um grande balde de pipocas
Para rir com as amigas
Ele vai estar lá /quieto
Em um canto da telona
Curtindo a mágoa de um amor plástico

II
Para todas nós meninas sonhadoras
Em tardes de sol e poesia
Ou em dias de chuva em museus
Ele existe está lá em algum lugar
Nós ainda não o vimos
Porque por uma razão óbvia
Ele ainda não é o personagem principal

Para todas nós meninas sonhadoras
Que se perguntam se isso é mesmo verdade
Sem dúvida lhes digo
Existe um alguém para cada uma de nós
Um menino sonhador que procura
Nós, as meninas sonhadoras
Dos sonhos de todos eles
Basta apenas um dia mágico
Em que sonhos saem dos casulos
E viram asas da realidade

(26.08.07)

Confesso

Confesso
não me torture mais

Confesso
não me deixes mais

Confesso
não me olho mais

Confesso
não me digas jamais

Confesso
eu te amo
sem retrocesso
(27.08.07)

Bom dia

Bom dia
Preciso te dizer
Já acordei
pensando em você

Sei que não queres mais me ver
mas eu sigo a te querer
e cada vez que vejo o sol
renovo as esperanças

De ao menor ver
teu riso criança
a me iludir

Devo seguir
meu caminho
mas por enquanto sozinho
todo dia
eu te digo
lembrança minha
bom dia
(27.08.07)

Organizo...

Organizo os livros empoeirados
E limpo também as traças de minha história

Organizo xícaras e copos
E bebo da lembrança
das horas tuas

Organizo meu horário
sem agora tua presença

Organizo idéias, vontades, desejos

Organizo tudo
E só tem uma coisa
que insiste em ficar
fora de lugar
minha vontade de seguir
a te amar...

(27.08.07)

Esqueça de mim

Deixe-me aqui só
No monólogo infinito de mim mesma
A repassar bem quietinha todos os bons momentos
Vividos ou queridos

Por favor, se esqueça de mim
E me deixe juntar os mil caquinhos
Todos aqueles que parti
Quando te vi passar ao lado dela
Estavas tão feliz

Deixe-me aqui só
A me recuperar bem devagar
Desse violento
Sentimento
De te amar sofrimento

(28.08.07)

Anjos Caídos


Somos todos malditos
Anjos caídos
Indignos do amor
Ridículos a buscar algo
[que nunca foi nosso
Não estamos no céu
Nós somos de fel

Anjos caídos
Pobres despedaçados
Apenas vislumbramos
Um pouco do que nunca
Poderemos ter
Uma nesga de sol
Em um emaranhado
De cinzentas nuvens
Almas errantes
Perdidas
A se trombarem
Nas ruas da vida

Tristes
Perdidos
Anjos caídos
Sofrimento
Nosso nome
(28.08.07)

Quando acabou

Hoje perguntaram
Por que terminou nosso amor
E eu com delicadeza respondi
Porque brigar era mais importante
Do que juntos ver o sol nascer


Hoje perguntaram
Por que não deu mais certo
E eu então disse
Que você só não me queria mais por perto

(28.08.08)

Remédio para crise conjugal

Vou te prescrever um remédio
sentar ao lado dele/dela mais vezes com um pote de pipocas
e ficar o fitando bem quieta/quieto
até ele/ela perguntar
e vc sorrir e responder
te amo!
prescrevo ainda
acordar no meio da madrugada
mudar de posição na cama
e dormir abraçada nos pés dele/dela
de manhã mais cedo um pouco
preparar a mesa do café
e se difícil ainda assim estiver
sair antes dele/dela com um beijo de batom no guardanapo de papel
[ou um recadinho
se ainda assim a crise não passar
saibas que fizeste tua parte
e para se fazer arte
é necessário o pintor e a pintura
a vida, a vida é a tela

(28.08.07)

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Não mais

Para Marcelo, um amigo que se foi

O corpo caído
Não mais sol
Não mais riso
Não mais comida
Não mais trabalho
Não mais conversa
Não mais movimento
Não mais sopro de vida

Os corpos caídos
Num a dor
Noutro alívio
Nos dois, a violência
Não é fácil acreditar
Não poder mais contigo contar
No que nos tornamos?
Nós, reféns de nós mesmos

Um corpo caído
Numa droga de sociedade falida
Num desejo de vingança privada
Nos afastamos de Deus
Não sabemos qual caminho tomar
Num a luz
Noutro a escuridão
Nenhum traz tua alegria de volta

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Por um momento dedicado

Meus sentimentos em singela dança interna
Debatem-se em saber quando estarei eu enfim
a bailar contigo na terna dança do amor
Tenho medo amor de ir-me antes
da concreção de tão desejado sentimento
Por que ficamos tão vulneráveis?
Penso que todos podem ver
meu coração em chamas
minha respiração ofegante
meu balançar de mãos
a esperar um momento dedicado de teu olhar

Amor no ano-novo

No soar das badaladas
Meu olhar procurou teu olhar
Meu desejo quis ser teu desejo
Os fogos estalavam lá fora
E eu aqui dentro
Em meus pensamentos
Digo-te repetidamente o que sinto
Queira manter-me em sonhos
Amor no ano-novo
Como faço para te tornar real
Palpável - meu companheiro?
O amor avançou o irreal
Solidão afasta-te ligeiro de mim
Quero só a esperança de teus beijos
Cálidos e precisos
Vou dormir, agora, amor
E deixar entrar o ano novo.