sábado, 4 de outubro de 2008

Carta

Belém, 27 de setembro de 2008.
Meu adorado,

A vida tem dessas coisas surpreende sempre
E eu aqui sigo de repetir teu sorriso em minha mente
Perguntaste se eu conseguia adivinhar os motivos da tua distância
Agora sei é porque já gostas de mim que hesitas
Tens medo de que teu passado te condene
Mas saiba meu singelo amor, o sentimento que te dedico transcende
A lógica banal da sociedade
Já te amo e o que eu sinto comigo eu carrego
Vivo eu de imaginação
Se tivesse ao menos um beijo seria o êxtase
Mas como não tenho amo-te mesmo que a mim só me reste o tormento
Estou em um caminho sem volta e não penso em gritar
Já me conformei com esse amor não convencional
Eu sei que um dia as águas desse lago irão se acalmar
Eu sei também que você sabe que nossas almas se olharam e se reconheceram
E o amor veio e a ele renegas
Surpreendemente, tu, que amas o igual
Esqueceste que o amor independe de sexo
Ele nos pega desprevenidos na virada da esquina
Amor de almas
Hoje tu és homem, eu mulher
E eu te aceito. Aceita-me.

II

Deixa eu cuidar de ti
Fazer-te sorrir mais
Recostar minha cabeça no teu ombro
Vamos inverter tudo
Misturar as energias
Viver o sublime sem se culpar
Procura-me
Telefona-me
Sem censura, pois eu já sei
O que eu quero é te amar
Deixa eu te fazer feliz
Não deixa mais eu me humilhar
Sinto, sem ti, vou definhar

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