quarta-feira, 18 de março de 2009

Como a pluma

Como a pluma que o vento leva
Vou me deixar levar
Como uma náufraga
No azul grande do mar
Olho para o alto
E vejo a gaivota a planar
Vou me deixar flutuar no caldo universal
À espera de um dia de luz tão intensa
Que os que dormem possam acordar
E finalmente entender
Não se pode mais adiar o amor

Sem mesuras

Não me venha com mesuras e indecisões
A minha vida escapole por meus dedos
Não tenho mais tempo a perder
Já fiz tudo que tinha para fazer
Já vivi tudo que tinha para viver
Pena não ter tido você
Pensei fosse acontecer
Mas não era para ser

quarta-feira, 11 de março de 2009

Um sofrimento pequenino

No meio da viração da tarde
Tento eu não sofrer
Afinal sofrimento pequenino
Esse do amor
Quando tem muito mais gente
com intensa dor
Por que se espera a emoção do beijo
Se depois vem o aleijo?
Por que se ama desmedidamente
Se depois não se dá conta da dor que se sente?

terça-feira, 10 de março de 2009

Uma nova canção

Dos meus desejos não realizados, desses pensados, embalados , acalentados, estava um como o principal - cantar para você uma nova canção. Algo que você nunca ouviu, mas que pensa já sentiu. Doce, serena e sincera. Uma nova canção. A do coração. Emoção pura, divina, da fonte. Dois corpos enlaçados ouvindo o silêncio e o pulsar dos corpos acalentados. A junção com o universo enquanto flui o sentimento. O amor em um arremesso de cometa com sua cauda cintilante cruzando fagueiro o horizonte. O calor do encontro, o sorriso retribuído, mãos dadas e a certeza de um amor eterno. Pena que só desejo. E Desejo só. À canção resta apenas a partitura. A mim, a doçura de imaginar um dia a chegada da verdade. À espera de ser tocada. Perseverança mantém a esperança da sinfonia que vibra em mim desde criança, a de uma nova canção.

Seja feliz

Essa foi por um triz
Seja feliz
Confundi você com outra pessoa
Fiquei louca em te pensar com essa moça
Mas serviu para eu ver
Eu não sirvo para você

Sou uma figura barata
Desses filmes de quinta
Não sei controlar ainda a paixão
Mas prefiro isso que sua lentidão

Você ainda não sabe como faz para viver
Tudo o que desejo para você
É, seja feliz!

Não sinta pena de mim

Um mundo inteiro para te dar
E você a hesitar
Sequer sabe o que perde
Preso que está em seu mundinho

Enquanto isso sigo eu de nostalgia
E solidão

Mas não sinta pena de mim não
Pois eis que sigo sentindo a vida
Em plena pulsação
Ela passa por mim e eu a sinto
refrescar o meu rosto
Esquentar o dorso da minha mão
Em meio ao caos da circulação

Estou em momento de pausa
Pensei fosse você a nota que faltava
Enganei-me?

Está a tocar pálidos desafinos
E eu orquestra sibiliante
mal consigo me conter
É, não era mesmo para acontecer

Mas não sinta pena de mim
Eu vivo cada dia com esperança
E o sorriso de uma criança

Para você insensatez
Para mim apenas mais uma chance
de ser feliz outra vez

Portanto, não sinta pena de mim
Vou chorar mais um pouco
Logo me refaço e serei mais completa
E você? O que espera?
O fim da festa?

Quem não gosta de mim

Sou uma desconhecida sim
Até mesmo para mim
Mas sabe de uma coisa?
Não estou afim de quem não gosta de mim

segunda-feira, 9 de março de 2009

Do meio do marajó

O marido leva sua mulher em uma rede
Mal sabia ele era o leito de morte
Sua mão pegava na da sua amada
Na esperança de uma melhora infinda
Ele não podia imaginar aquele era seu último adeus
Tão longe da cidade grande estavam
E o balançar do navio não ajudava
Morreu sem ajuda médica
No meio do nada amazônico
Esqueceram que ela também era cidadã
Isso é Brasil
De tristezas mil
Onde está a sensatez?
Clama o povo da floresta
Por sua vez
Do meio do marajó
o Homem agora volta só

Conforta-me

Conforta-me, ó Deus, nos braços teus (3x)

Livra-me do homem mau, do inimigo
Abraça-me em teu peito abrigo

Segura-me com tua mão
Tira-me da escuridão

Usa-me, ó Deus, como se eu fosse os braços teus (3x)

Como?

Meu coração está sangrando. Como consigo estancar? Não dá, não dá.

quarta-feira, 4 de março de 2009