segunda-feira, 3 de novembro de 2008
O amor pelo coração
Era uma vez um coração que batia bem apressadamente quando chegavam perto dele. Ele adorava especialmente quando alguém chegava pertinho e falava palavras bonitas. Sim, porque aquele coração se alimentava de nada mais nada menos do que afeto. Funcionava melhor dessa maneira. Quando ouvia um elogio ficava rosinha, quando ouvia declarações apaixonadas ficava bem vermelho. Todavia, nada se comparava aos sussuros. Ai! Tinha predileção por eles. Sussuros bem de pertinho o deixavam atônito e em frêmitos se observava taquicárdico. Quando tinha um amor platônico fazia uma diástole, relaxava e suspirava......Quando alguém o irritava era a vez da sístole, se comprimia todo de raiva. E, seguia, assim, fazendo seu ciclo cardíaco e cicardiano. O problema surgiu quando amou muito, perdidamente e depois de experimentar todas as sensações e limitações que um músculo cardíaco pode ter foi abandonado. Nada. Nenhuma palavra da pessoa amada, dias a fio, nenhum sinal. E ele, então, obstruído de desejo, cheio de saudade, enfartou.
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