sexta-feira, 20 de junho de 2008

3 horas



No ônibus tento me distrair com a paisagem
Abrir um livro, manter-me ocupada
Mas as letras tremem
Elas saltam com o balançar das rodas
Do veículo expresso
E a velocidade com que se distancia
Do meu ponto de chegada me leva à outro lugar
Quando você sentou eu já tinha observado rápido
Que seu coração não é daqueles frios sem sangue
Que ele pulsa e que você certamente tem alguém
Que espera por você à noite
Então fico quieta no meu canto
Em final de viagem com minha jóia antiga no pescoço
Alguns momentos de silêncio cortante
Mas era final de viagem não seria eu a conversar
Creio que pensou a mesma coisa o tal desconhecido
Mas outros riam e o riso ecoou e o gelo quebrou
Começamos a rir também e a conversar
Coincidências. Mesma idade, mesmo signo, etc
E daí? Conexões assim não existem
É somente alguém querendo passar o tempo
E o tempo passou. E rápido.
Um café juntos. Dois abraços. Um Adeus.
Estória não escrita. É melhor assim. Consolo-me.
Às vezes ao longo do dia lembro. Refúgio meu. Segredo meu.
Emoção minha. Amigo meu. Segue teu caminho em paz ou
Leva-me à China. You, almost an american man.

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