terça-feira, 24 de junho de 2008

Últimos poemas de 02.04.08

No dia em que escrevi 42 poemas, ainda restam alguns, despejo-os todos os que ainda não declamei e os outros que já disse na seqüência da enfadonha aula a que pretendia crer assistia.
(02.04.08)

Preciso

Preciso me concentrar
Preciso me aprumar
Preciso me questionar
Preciso tanto te amar?



O amor está perto

O amor está perto posso senti-lo
Bafejando ar quente no vidro

O amor está perto posso senti-lo
Na virada da esquina
No amanhecer do novo dia

O amor está perto posso senti-lo
Beijando a cruz na prece matutina
Brisa anuncia a chegada tão querida

O amor está perto posso senti-lo
Na espreita
Na suspeita d´outro avassalador

E definitivo


Culpa do tempo

O tempo passa incólume
Lutamos contra ele
Gritamos
Berramos
E nada...Ele continua a passar
Será culpa dos minutos? Das horas?
Das horas e dos minutos??
Não, não. Dos segundos.
Definitivamente deles
Passam muito rápido
Não conseguimos nos apropriar
de tanta pressa!









Acalento

Quero dormir
Preciso de uma rede
Numa varanda
Para relaxar
Dormir e sonhar
E depois constatar
Que todo tempo
Você esteve a me olhar
Acalento.


Pede...pede

Meu coração pede um porto
Para atracar
Mas não encontra um consolar
Meu coração pede um ombro
Para descansar
Mas não encontro um aninhar
Meu coração pede seu corpo
Para amar
Mas não encontro paz no teu olhar




Minha (?) vontade (?)

Nas ruas
Vontade
Minha
Tua
Na casa
Vontade
Ausente
Na vida
Vontade
Presente


Um dia

Um dia vou ser a estrelinha mais tímida e dançarina que mamãe lua pode querer ter.






Pedrinhas

Pedrinhas coloridas
Rolando rua abaixo
Brincadeiras de moleques
Que gostosa corrida
Ufa! Fim da rua
Pena! Chegaram aos cacos


Pedido de gênio

Se eu pudesse falar com o gênio
Pedia para ele me dizer qual o pedido dele
Ele certamente me diria: - Quero uma lâmpada de fibra ótica!

Na minha frente
Na minha frente sentado estás, quem dera eu me transportasse para o teu colinho! Impossível! Temos um problema comportamental. A tua seriedade não permite. És sério e eu sisuda.


Minotauro

Tento te controlar
Mas não consigo
Invades-me com força
Aniquila meus ideais
Toma-me
És tu que me dominas
Minotauro chamo-te desejo


Vaga-lumes

Vaga-lumes tão pequenos
Venham iluminar
Meu caminhar
Já que por hora
Só posso andar
E de pouquinho
Quando eu crescer
E a trilha aumentar
Se ajuntem todos
Bem juntinhos
Para melhor me alumiar




Prova de amor

Se gostas tanto de mim, a ponto de virar a cidade para ver-me. Se abdicas do teu amado futebol para golear-me um beijo, se desobedeces o que é proibido só para ver-me, acalentar-me, acariciar-me, comigo bolinar. Por que não desces desta pose toda e grita para o mundo inteiro que me amas e pronto?!

Vidinha mansa

Se eu pudesse te tirava dessa tua vidinha mansa e dava-te o infinito trabalho de me contentar. Como sou eu insaciável, eu te esgotaria todinho, lamberia os beiços e ainda propalaria aos quatro ventos que não és páreo para minha cama de amores. Contudo, confesso-te não tenho anseios de enlaçar outrem. Se ajo assim é só para te tirar dessa tua vidinha mansa, já que sei, sobejamente sei que o amor que tens, a volúpia que encarnas é brasa por demais ardente, mesmo para mim que intensamente amo e sou braseiro em chamas quando meus olhos encontram os teus e minhas pernas não mais me obedecem ao simples constatar da presença tua.


Devorar

Devorando a língua portuguesa
Devorando as palavras
Devorando os sentimentos
Devorando nhac – nhac – nhac
Calma! Calma! Mais um pouco te como inteiro!
Sem deixar vírgula ou ponto. Exclamação.


Em treinamento
Estou em treinamento para dobrar os segundos e assim ganhar mais tempo ao teu lado.


Carcar

Nunca tinha ouvido semelhante palavra, amor, imaginei-me sendo arrebatada por ti devidamente encaixada no teu sexo em uma espiral mágico-vulgar de energia. Depois, a idéia de carcar é a idéia de algo a encalhar. Um navio rebocado. Senti-me uma elefante gigante. Finalmente, carcar pode vir de encarquilhado, nesse caso seria eu uma velhinha e você estaria me dando um fora.


Frente-a-frente

Meu desejo crescente
Tornou-se ardente
E eu candidamente
Fiz amor contigo na minha mente



Na aula
Na aula
conceitos e definições
E eu aqui tecendo fórmulas
de possuir-te

Perigo
Perigo de combustão continuar a querer-te tanto assim.

Arrepios
Arrepiada trago na superfície da pele o pranto desesperado de meu corpo residir em ti.



Crescimento

Ah! Quer saber? Quando eu vou crescer? Porque como menina insisto tanto na tolice de querer-te. Que desatino. Senhorita de mim mesma, não domino meu destino.

Teu segredo
Teu segredo que escondes tanto e com tanta cautela, meu coração como um aparelho de raio-x já detectou dentro de ti. Conversou por batidas com teu coração e ele disse que tu me amas. Sim, tu me amas!!! Mas, escondes de ti.

Como sei

Como sei do teu amor por mim? Se duvidas na hora do beijo e ele se torna artigo incerto. Se sonegas teu carinho com desculpas diversas pela ausência de certezas que pairam sobre tua cabeça como mosquinhas sobre a sopa quente. Se abraças a mim é verdade, mas com os pés virados para fora, apontados para a corrida disparada da fuga. Se teu amor vai à desvairada pressa fazendo-te falar palavras ao sabor da lua, não confirmadas ao calor do novo dia. Como sei do meu amor por ti? Sigo te amando com todas as tuas dúvidas.

Eu quero
Sou menina mimada, simplesmente quero tua atenção! Quero, quero e quero. Bato o pé. Com o dedo em riste faço-te exigências que sei não podes cumprir. A mim pouco importa. Sou dona da razão e ela tem só um repouso, é na estalagem do teu coração.

Passinhos para um invulgar amante de pés
Meus pés querem passear nas curvas das tuas costas. Quero deslizar eles na tua boca e sentir uma mordiscadela tua de desejo. Depois quando estiveres em mim enlaçar-te com eles e percorrer com meus dedos teu sexo em um carinho vulgar e diferenciado. Quero com vários passinhos no teu corpo bagunçar teus cabelos e poder pisar em ti sem reclamos de tua parte, somente mais e mais vontade. Quero teu êxtase nos meu dedos e em tudo que é mais de mim em ti.

Morder
Morder a tua boca. Tem coisa mais gostosa do que isso? Morder-te os dedos, o queixo. Morda-me os seios, os cabelos. Mordaz amor. Quero ser por ti mordida, não quero restar mordida de não te ter e ficar, assim, sem saída “mor de” eu restar ferida.

Nada mais
Nada mais a dizer-te que meu corpo já tenha te dito nas brechas de meu vestido e nas lacunas de meu pensamento. É quando a emoção impera.

Se eu fosse você
Se eu fosse você embalava teu amor com ardor/Se eu fosse você pedia a Deus que eu fosse tua a cada lua/Se eu fosse você não me desperdiçava assim. Cuidava de mim. Amava sem fim.


Em pensamento
Tudo na vida passa e por isso eu tenho medo de perder-te. Sabe amor, aqui tem muito sentimento e por isso eu sigo mesmo assim te amando ... em pensamento.


Mudanças climáticas

Quando está frio lembro que você não pode me aquecer. Quando chove penso que molhada eu estou sem você. Quando faz sol eu sinto que vou ferver e mesmo que as estações mudem nada me faz esquecer de ti.

Dois mundos
Por dentro mundo quente. Por fora frio perene. Por dentro rosto pulsante. Por fora rosto frágil, porcelânico. Por dentro desejo e expansão. Por fora frieza e inanição.


Quem sabe?
Eu sou a boba da tua corte e em mil intrigas palacianas quero ser a rainha de teu castelo. Rumo eu ao cadafalso? Quem sabe? Quem sabe?


Viagem ao mundo
Sushi. Oui. Oui. Arigatô. É aqui que eu tô. Viajo o mundo, mas sempre me volto pra ti.


Diz pra ele planeta
Planeta terra quase redondo diz para ele que o mundo não tem canto.

Perfídia
No vôo das duas aves pérfidas sobre o céu, a copa das árvores presencia o amor que ensaia principiar.

Revolta das gotas
As gotas de chuvas dançam impassíveis
Às gotas das lágrimas que a elas pretendem somar.

Qual é?

Do alto do cume do monte vejo o sopé e penso que nosso amor não vai dar pé. Qual é? Qual é?


Cabulando aula sem levar falta
Na sala de aula. Corpo presente, cabeça pensante.


À guisa de despedida

É a despedida. Calma amores volto outro dia com outros devaneios pseudo-poético-eróticos-filosóficos.


Silepse de tempo

Faltando cinco para as seis, o rapaz pergunta para a moça: - Que horas tem? Ela responde: Cinco. Ele: Cinco? Você quer dizer cinco para as seis? Ela faz que sim com a cabeça e completa: - Silepse de tempo.

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