quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Autenticidade ou o rei está nu

Havia uma época. Não muito distante em que eu realmente acreditava em contos de fadas. Acreditava porque aconteciam. Eu era ousada nas palavras e desejos. Bastava isso. Tudo se realizava sempre. O universo sempre conspirou a meu favor. Agora, momento de balanço. O que desejar? O que querer... As lentes pelas quais enxergo o mundo mudaram. Quero desacelerar. Coisas leves. E por isso me transformo em letras, sílabas, palavras com mais intensidade. Libero os poemas antigos, uma parte proscrita de mim mesma para a sociedade. Dane-se a recriminação. Autenticidade. Não sou o cargo que exerço ou o que esperam de mim. Sou puro sentimento. E descubro isso quando não tenho mais idade ou condições de ser impulsiva. Melhor. Qualidade nas atitudes é salutar. Isso sim é ser chique. Saber ser puta quando se deve (ainda que sempre nas letras). Todos putos. Disfarçamos. Falar e calar eis a grande arte. Não me apego a isso no momento em que escrevo. Sou tudo e ao mesmo tempo. Giro. Caleidoscopizo tudo e exorcizo os fantasmas. Vivo todas as vidas. Artista de mim mesma. Encontro-me feliz ainda que chore. Eu pulso.

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